O Governo do Estado do Amapá aderiu ao "Protocolo Amber Alerts", uma ferramenta que ajuda a localizar crianças e adolescentes desaparecidos através da divulgação de fotos nas redes sociais Instagram e Facebook, em um raio de 160 quilômetros do local do desaparecimento. No Amapá, o protocolo é coordenado pelo Núcleo de Investigação de Pessoas Desaparecidas, ligado à Delegacia Especializada de Crimes Contra a Pessoa (Decipe) da Polícia Civil.
Além do Amapá, os estados do Piauí, Acre, Espírito Santo, Paraná, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Pernambuco também estão aptos a utilizar o protocolo no Brasil. Esses estados se juntaram ao Distrito Federal, Minas Gerais e Ceará, que implementaram a ferramenta desde agosto de 2023, quando o Ministério da Justiça e Segurança Pública lançou o Acordo de Cooperação Técnica com a Meta, proprietária das duas redes sociais.
O delegado Leonardo Leite, titular da Decipe, destacou a importância da ferramenta para a localização de crianças e adolescentes desaparecidos, ressaltando a rapidez com que milhares de pessoas são mobilizadas e fornecem informações precisas, aumentando significativamente as chances de localização.
"A campanha é direcionada a casos recentes e cada imagem será divulgada por até 24 horas nas plataformas de redes sociais, com o objetivo de ajudar a polícia a localizar rapidamente a criança ou adolescente desaparecido", explicou Leite.
Após identificar que o caso atende aos requisitos do Amber Alerts para crianças e adolescentes desaparecidos em circunstâncias suspeitas e com iminente risco de lesão corporal, a Polícia Civil reportará a ocorrência ao Laboratório de Operações Cibernéticas da Secretaria Nacional de Segurança Pública, que comunicará à Meta.
A empresa então divulga fotos e descrições das roupas da criança ou adolescente em todos os feeds do Facebook e do Instagram, em um raio de 160 quilômetros do local onde a vítima foi vista pela última vez. Para garantir a maior visibilidade possível, todas as pessoas com conta nessas redes sociais na área recebem uma notificação.
"A população precisa estar ciente dos principais requisitos para se enquadrar no protocolo da Meta, ou seja, a vítima deve ser uma criança ou adolescente desaparecido ou sequestrado em menos de 72 horas, com risco grave e iminente de morte ou lesão corporal grave", reforçou Leonardo Leite.
De janeiro a abril de 2024, foram registrados 6.498 casos de desaparecimento de pessoas entre zero e 17 anos no Brasil. Em 2023, houve 20.416 registros na mesma faixa etária, conforme dados do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública, do Ministério da Justiça.
Desde a adoção do Amber Alerts no Brasil, um caso foi solucionado. Uma criança de dois meses foi encontrada e devolvida à mãe no Ceará, em fevereiro deste ano.
O "Amber Alerts" é uma homenagem a Amber Hagerman, uma menina americana sequestrada em 1996, no Texas, aos 9 anos de idade. Um vizinho testemunhou o sequestro e imediatamente denunciou o caso à polícia. Atualmente, a plataforma está disponível em 30 países.