A 3ª Conferência Estadual da Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora do Amapá, em sua reta final, destacou nesta quinta-feira, 3 de julho, a importância da notificação de doenças ocupacionais e a dificuldade dos municípios em contabilizar os casos. O debate ocorreu no Ceta Ecotel.
A médica do trabalho Maria Helena Mendonça de Araújo ministrou a palestra "Notificação de doenças e agravos ocupacionais no Amapá". Ela apresentou dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) e alertou para os altos índices de subnotificação nos municípios.
"A notificação precisa ser aprimorada, tanto em Macapá quanto nas demais cidades. É preciso orientar os profissionais de saúde sobre como identificar o nexo causal das doenças e onde fazer a notificação, para garantir os direitos dos trabalhadores", destacou a médica, que atua no Centro de Referência em Saúde do Trabalhador da Superintendência de Vigilância em Saúde (SVS).
A programação do último dia reuniu participantes de todos os 16 municípios amapaenses e encerra no fim da tarde com a eleição dos 24 delegados que representarão o estado na etapa nacional, em Brasília. A plenária consolidou as propostas elaboradas nas conferências municipais e discutidas durante os três dias de evento.
Segundo Franco Aiezza, coordenador estadual do Conselho Intersetorial de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora, as sugestões priorizaram temas como saúde mental, prevenção de acidentes e melhoria dos equipamentos de proteção individual (EPIs) nos locais de trabalho.
"Todas as propostas foram votadas pelos delegados e serão levadas à conferência nacional e agora vamos escolher os 24 representantes que defenderão o Amapá em Brasília", explicou.
A conferência, realizada pelo Conselho Estadual de Saúde (CES-AP) com o apoio da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), tem como tema central "A saúde do trabalhador e da trabalhadora como direito humano".
A professora Maria Madalena Nunes da Silva, delegada da conferência, ressaltou a importância do momento para a participação social na construção de políticas públicas inclusivas e eficazes.
"A conferência serve para conferir, aprimorar o que já temos e construir o que falta. Estamos aqui para garantir que as políticas públicas cheguem a todos os municípios, e também para buscar, através das experiências de outros estados, avanços que ainda não chegaram ao Amapá", afirmou Maria.
Com o encerramento da etapa estadual, o Amapá seguirá para a fase nacional do processo, marcada para agosto, em Brasília-DF, com propostas consolidadas e uma delegação comprometida em defender melhorias concretas para a saúde de trabalhadores e trabalhadoras em todo o estado.