O Governo do Amapá preparou uma grande estrutura para acolher o público durante o Arraiá do Povo, no Parque de Exposições da Fazendinha, Zona Sul de Macapá. Um dos destaques é o Palco “Biroba”, uma homenagem a Manoel Ferreira, ícone do São João amapaense e considerado o maior marcador de quadrilhas tradicionais do estado.
Localizado na Cidade Junina, o espaço receberá atrações artísticas amapaenses durante os 12 dias de evento, com apresentações simultâneas a outras atividades. Além das atrações locais, o Arraiá do Povo contará com shows nacionais do Monobloco, Fulô de Mandacaru, Companhia do Calypso e Rebeca Lindsay.
A secretária de Estado da Cultura, Clícia Vieira Di Miceli, explicou que a iniciativa visa preservar a história da cultura amapaense e incentivar que novas gerações conheçam a diversidade artística local.
"Biroba tem uma biografia linda, foi um apaixonado pela cultura amapaense e se consagrou como um grande marcador de quadrilha. Quem viveu nas décadas de 80 e 90 pôde vivenciar essa experiência no estado. Ele percorreu todos os municípios realizando esse trabalho cultural. O governador Clécio orientou para que trabalhemos no desenvolvimento do futuro sem esquecer do passado e das pessoas que construíram o Amapá", destacou a secretária.
Manoel Ferreira, popularmente conhecido como “Biroba”, nasceu em Macapá, no dia 2 de maio de 1932. Filho de Raimundo Ferreira e Clotilde Ferreira da Silva, passou a infância no bairro do Trem. Na adolescência, foi acolhido pela família Nunes, uma das mais tradicionais do bairro, iniciando seu ativismo cultural.
Biroba se tornou uma das maiores personalidades da história amapaense, sendo um dos membros fundadores da Associação Recreativa e Cultural Escola de Samba Piratas da Batucada, que conquistou seu primeiro título com o enredo "Biroba, o Maquinista do Trem da Alegria". Ele também foi um dos criadores da Copa Marcílio Dias, um dos maiores torneios de futebol amador do estado. Em 2008, recebeu do Conselho Estadual de Cultura a Medalha do Mérito Cultural.
Biroba faleceu em 29 de dezembro de 2018, na casa da família que o acolheu, educou e ensinou a brilhar. Foi sepultado no Cemitério de Nossa Senhora da Conceição, no bairro Central de Macapá.