Estudantes da Escola Estadual Irineu Gama Paes, no bairro Congós, em Macapá, conquistaram um feito expressivo na educação brasileira: medalhas de ouro, prata e bronze na Olimpíada Brasileira de Geopolítica, promovida pela Seleta Educação. A competição, realizada de forma online, reúne milhares de alunos de todo o país para testar seus conhecimentos em História, Geografia e Ciências Políticas por meio de 30 questões objetivas.
Ao todo, oito medalhas foram obtidas por alunos da rede pública estadual, consolidando a escola como referência em preparação para olimpíadas acadêmicas. O resultado é fruto direto do trabalho do professor João Gabriel, que lidera um grupo de estudos iniciado em 2024. A iniciativa, inicialmente voltada ao aprofundamento em História, logo se transformou em um espaço de preparação para desafios de maior abrangência, como a própria olimpíada.
Geopolítica como ferramenta de transformação
A proposta do professor era criar um ambiente onde os estudantes pudessem se conectar com temas atuais, como conflitos internacionais, desigualdades sociais e disputas por poder global. As aulas ocorreram às quartas e sextas-feiras, durante dois meses, e contaram até com a participação de uma aluna da rede particular, demonstrando o alcance e a credibilidade do projeto.
“Os alunos abriram mão do tempo livre, enfrentaram conteúdos densos e se desafiaram. Eu também precisei sair da zona de conforto para ensinar algo mais abrangente. Foi um trabalho conjunto de superação”, relatou João Gabriel.
O esforço foi recompensado com destaque: entre os medalhistas estão nomes como Daniel Moraes e Wirlanna Ribeiro (ouro), Luís Otávio e Patrícia Braga (prata), e Vanessa Taylane e Ana Clara Ferreira (bronze). Em 2024, Vanessa também havia conquistado o ouro. A participação crescente mostra não apenas desempenho, mas o fortalecimento de um modelo de ensino que une conteúdo e senso crítico.
A jovem Ana Clara, por exemplo, viu sua confiança crescer com o resultado: “Às vezes, a gente duvida do próprio potencial. Com o apoio do professor João, consegui enxergar que posso ir muito além.” Já Daniel, do 9º ano, celebrou: “Foi minha primeira medalha e vou guardar para sempre.”
O reconhecimento não veio apenas em forma de premiação. Vanessa Taylane e Ana Clara foram eleitas alunas destaque da escola pelo desempenho acadêmico geral. Isso reforça que o projeto não apenas prepara para provas, mas contribui para a excelência em sala de aula e a formação de cidadãos mais conscientes.
Com mais de 35 mil inscritos em todo o país, a Olimpíada Brasileira de Geopolítica se tornou um palco onde os talentos da educação pública do Amapá puderam brilhar. E o trabalho está apenas começando: João Gabriel já planeja expandir o grupo para envolver outras escolas e estudantes na edição de outubro de 2025, consolidando a geopolítica como um caminho pedagógico que estimula o pensamento crítico e conecta os jovens ao mundo.